quarta-feira, 19 de junho de 2013

Oportunidade à vista

     Não vejo oportunidade política melhor para o governo petista começar a romper com o lado obscuro da lógica da coalizão: que se comece com o PSC (que além de ser o mais obscuro dos aliados, é o mais irrelevante do ponto de vista da representação no Congresso).
      Escusado dizer que a fala do deputado sobre negros e indígenas é pura peça retórica.


O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), subiu o tom e ameaçou o governo nesta quarta-feira 19. O pastor alertou que uma interferência do Executivo no projeto de decreto legislativo da “cura gay” seria "perigoso", pois 2014 é um ano eleitoral e
a presidenta Dilma Rousseff (PT) precisará do apoio dos evangélicos para se reeleger. O grupo é um dos que apoiam a medida.

O texto do deputado João Campos (PSDB-GO), aprovado na terça-feira 18 pela CDHM, em votação simbólica, autoriza os profissionais da área de Psicologia a participar de terapia para alterar a orientação sexual de um cliente e atribuir caráter patológico (de doença) à homossexualidade. Atualmente, o Conselho Federal de Psicologia veta este tipo de análise.

A proposta ainda precisa ser votada pelas comissões de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça (CCJ), mas a ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou na terça que vai trabalhar para evitar a aprovação.

Em resposta à ministra, Feliciano disse que Rosário deveria “tomar cuidado”. “Acho que ela está mexendo onde não devia. Senhora ministra, juízo. Fale com a sua presidenta [Dilma Rousseff] porque o ano que vem é político”, ironizou Feliciano.


“Dona ministra Maria do Rosário, dizer que o governo vai interferir no Legislativo é muito perigoso. É perigoso, dona ministra, principalmente, porque ela mexe com a bancada inteira, feita não só por religiosos”, acrescentou Feliciano antes do início de audiência pública na CDHM.

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